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TEATRO: TUDO NO TIMING

TUDO NO TIMING
Comédia inteligente no tempo certo.
Depois dos jogos da Copa, a dica é relaxar com comédias ligeiras.

Tudo no timing é o título da coletânea de sete peças curtas do autor David Ives, que será encenada pelos alunos do 5º período do Curso de Interpretação da Escola de Teatro da UFBA. Ambientado num cabaré, o evento vai mesclar as sete peças curtas – divididas em dois blocos, com um pequeno intervalo no meio  – com números musicais, executados pelos próprios atores.  A entrada é franca. O local não poderia ser mais apropriado: o Cabaré do Teatro Vila Velha, que apóia o espetáculo em parceria com a UFBA.
Sinopses
A expressão “tudo no timing” poderia, numa livre tradução, significar “no tempo certo”. Isto vale tanto para o gênero da comédia – onde a piada tem que ser contada no tempo certo – quanto para a temática das peças de Ives: encontros e desencontros que dependem da hora certa para acontecer. O autor abusa do nonsense, com piadas rápidas e inteligentes, muitas vezes usando a própria linguagem para fazer graça.
O primeiro exemplo é o texto intitulado  “A língua universal”. Nele, um professor de língua estrangeira, e estranha “Unamunda” se vê às voltas com uma aluna tímida, que deseja expressar no novo idioma o que não consegue expressar em português. Numa hilária combinação de expressões e sonoridades colhidas em vários idiomas, as personagens percebem aos poucos que tem muito mais em comum, resultando numa inevitável e urgente paixão.
Em “Palavras, palavras, palavras”, mais uma vez é a linguagem que está em foco: três macacos domesticados são submetidos à uma experiência científica: trancafiados no escritório, eles tem que datilografar indefinidamente, até um deles conseguir produzir “Hamlet”. Sem nem saberem de que trata “Hamlet”, eles discutem sua condição de funcionários robotizados pela rotina, acorrentados a um pesquisador-chefe que lhes dá bananas em troca de produtividade. Com sua peculiar crítica ácida, David Ives cutuca a fraude acadêmica, o capitalismo predador e a perda progressiva de criatividade das massas.
“Variações sobre a morte do Trotsky” mostra o revolucionário russo e sua mulher, exilados no México, no dia da morte do escritor. Com toques de teatro de absurdo, a peça repete com pequenas variações o momento em que Trotsky toma consciência de seu assassinato. À maneira de uma sinfonia, em que o tema musical sofre pequenas variações em cada parte, a cena sofre pequenas modificações a cada vez que se repete, até o final poético, em que um Trotsky melancólico reconhece que também sua morte real – assassinado por um desafeto disfarçado de jardineiro – é absurda.
A musicalidade com que David Ives constrói seus textos também está presente em “Com certeza”, cena na qual um casal inicia um flerte num bar, entre avanços e retrocessos na paquera. A cada vez que a conversa “emperra”, por alguma gafe cometida, uma campainha soa. A cena retrocede até a fala anterior, onde ocorrera a gafe. Dessa maneira, o casal tem inúmeras chances de recomeçar – chances que não são dadas na vida real – e consegue chegar até um final feliz. É o estilo de Ives: usar das chances que só o teatro consegue prover.
“Brasília” é uma das peças mais curtas, na qual duas amigas se encontram num bar com ânimos bem opostos: uma delas está tendo um mau dia, e descobre que, apesar de viver em Salvador, ela vive “metaforicamente” em Brasília, onde nada de bom acontece. A outra, que está evidentemente feliz, vive “metaforicamente” em Itacaré, onde a vida é uma festa. Entretanto, o rumo das coisas mudará para as duas no decorrer da conversa.
“Um tipo singular” é o único monólogo do pacote, e nele mais uma vez impera o nonsense: um homem se descobre uma máquina de escrever – uma Olivetti 250 – e se apaixona por uma mulher que na verdade é uma folha de papel.
O  último texto  é uma peça musical, isto é, uma espécie de ópera minimalista. Chama-se “Philip Glass compra pão” e faz referência exatamente ao compositor Philip Glass, que na década de 80 fez composições de melodias repetitivas e atonais. No texto, Glass e uma antiga namorada se encontram numa padaria, e deixam revelar seu amor antigo através das combinações de sílabas que formam a frase “Philip Glass compra pão”.
O  formato
“Tudo no timing” será apresentado na íntegra, com um intervalo de vinte minutos.   Durante o espetáculo, o serviço de bar do Cabaré dos Novos do Teatro Vila Velha estará funcionando, e a idéia é de justamente criar um ambiente de teatro de variedades, onde números musicais se mesclem aos textos de época. Toda a sala do Cabaré será usada, em ambientação dos próprios alunos.
A  equipe
A direção geral da montagem está a cargo da Prof. Jacyan Castilho, que este ano dirigirá também a montagem do Núcleo de Teatro do TCA. A direção musical foi conduzida pelo competente Luciano Bahia, que também assinará a trilha musical do Núcleo. Figurinos e cenários são criados pelo elenco, como atividade de formação, orientados pela Prof. Manhã Ortiz.  A preparação vocal é de Maria Souza e a preparação corporal de Leonel Henckes.

O elenco é formado pela turma do 5º período de Interpretação da Escola de Teatro da UFBA.

SERVIÇO

O QUE – TUDO NO TIMING
ONDE – CABARÉ DOS NOVOS DO TEATRO VILA VELHA – Passeio Público, s/n – tel 30834600
QUANDO – 2, 3 e 4 de julho.                   HORÁRIO:   18h
INGRESSO:   Entrada franca
Contatos: Jacyan Castilho -  jacyancastilho@gmail.com

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